quinta-feira, 13 de julho de 2017

Pesadelos, como lidar?

Tem lugar mais aconchegante e seguro que a cama do pai e da mãe? Não né? E esse é um tema que normalmente divide opiniões, e eu vou usando o meu bom sendo e fazendo como acho que seja melhor para a nossa família.




Combinamos que uma vez na semana eu dormiria com os ninos na nossa cama enquanto o Papai dormiria em outro quarto. Esse contato com eles a noite, pegar no sono abraçadinhos e acordar de manhã juntinhos sempre foi algo que gostei muito – apesar de dormir mal a noite toda porque eles se mexem parecendo polvos gigantes... rsrsrs – e fizemos isso desde muito cedo, e eles também adoram.

Mas no dia a dia, os ninos dormem juntos no mesmo quarto com a luz apagada e porta fechada e para eles isso é natural. Eles não têm medo de ficar no escuro porque nunca fui a favor de assustar ou contar mentiras como meio de “educar”, sou sempre muito franca e honesta e explico tudo até onde eles têm maturidade para entender de forma clara e realista. Acho que isso ajuda eles a serem seguros.

Mas muitas vezes acontecem os tão terríveis pesadelos, e nessas horas como agir? Nas primeiras vezes que aconteceu eles choravam muito e nos chamavam para atendê-los na cama deles, e tanto eu como o meu marido sempre “socorremos” o mais rápido possível. Normalmente explicamos que não é nada mais que um sonho ruim e que nenhum mal vai acontecer, mas se para nós adultos as vezes os sonhos ou pesadelos parecem reais, imagina para uma criança que ainda tem tão vivo o mundo da imaginação? Então o que acabava acontecendo era que quem havia tido o pesadelo iria dormir na nossa cama, e assim conseguia ter uma boa noite de sono novamente e se sentir protegido de todo mal.



Depois eles cresceram um pouco e descobriram que não precisavam ficar desesperados, porque sempre estávamos lá para eles, então quando tinham algum pesadelo, eles automaticamente iam sozinhos para a nossa cama, e nunca negamos isso para nenhum dos dois. E quando acordavam pela manhã nos contavam qual foi o pesadelo que haviam tido e conversávamos sobre o assunto. Até que um dia eu ganhei de presente da minha amiga Carol um apanhador de sonhos e eu pendurei no teto do meu quarto, eu queria mais como decoração, mas para os ninos estava ali algo que poderia ajudar contra os pesadelos.

Então, quando tinham algum pesadelo que os acordava durante a noite, eles primeiro rezavam um “Santo Anjo” e pensavam no apanhador de sonhos      que estava no quarto dos pais, e isso ajudou inúmeras vezes, e as idas para a nossa cama começaram a diminuir cada vez mais. Hoje em dia ainda acontecem, mas nem me lembro quando foi a última vez que me procuraram por causa de um pesadelo, apesar de saber que eles ainda têm de vez em quando.



Nunca neguei carinho e proteção para eles, e eles estão crescendo seguros e confiantes de si mas também sabem que se precisarem sempre terão quem os apoie. Não vou dizer que é fácil e que não tive vontade de mandar voltar para a cama deles no meio da noite, mas pensando neles eu não poderia fazer isso. Hoje tenho dois filhos que estão aprendendo a enfrentar seus medos e superá-los e tenho certeza que saber lidar com os pesadelos foi um pequeno pedaço dessa conquista.


Não precisamos forçar uma situação, ou fazer pouco caso delas. Temos que ter paciência e persistência no que acreditamos ser o melhor para os nossos filhos e se manter firmes, pois quando vemos o quanto estão evoluindo e se desenvolvendo como pessoas é a maior recompensa que podemos ter como Pais.


quinta-feira, 6 de julho de 2017

Vamos doar?

O inverno é a época do ano que podemos aproveitar o aconchego das cobertas, dos chocolates quentes e dos abraços quentinhos. É uma época do ano que eu particularmente gosto muito, dias de sol no inverno tem um encanto que não se tem em nenhum outro momento.



Mas ela pode ser muito cruel também com quem não é tão favorecido financeiramente, pois o frio dói, machuca até a alma quando não estamos devidamente aquecidos. E isso sempre me toca profundamente e tento passar essa responsabilidade social aos ninos, para que eles cresçam sabendo da realidade do mundo. Sempre converso abertamente com eles sobre as condições que vivenciamos diariamente.

Um dia voltando de levar os ninos para escola, vi uma mãe com 4 crianças “escadinha” recolhendo os recicláveis, eles já eram conhecidos do prédio, mas como eu era moradora nova ainda não havia conversado com ela. Eu vi as crianças com calças já curtas e de chinelos, e já era um dia frio aqui em Curitiba, e quem mora aqui sabe que alguns dias podem ser bem gelados. Fui lá e perguntei se ela se importaria de eu dar umas peças de roupas e tênis que já não serviam mais para os meus filhos, ela aceitou e ficou bem feliz, as crianças já trocaram os chinelos pelos tênis e foram embora. Os ninos não puderam participar, pois estavam na aula e eu não queria perder a chance de ajudar, mas assim que busquei eles na escola, contei o que havia feito e eles ficaram felizes em ajudar também.

Eles estão acostumados desde bebezinhos a me verem a cada estação fazendo “a faxina” no guarda roupa deles, e conforme foram crescendo foram participando da ação, tanto que agora quando pegam uma roupa e ela já não serve, já me perguntam “aonde guardo essa roupa pra doar?”. As peças que consigo aproveitar do Bruno para o Leo eu já separo, e as peças que já não servem mais, nós doamos. Muitas ficam na família ainda, afinal tem primos e afilhados que são menores e passo as peças para eles com a condição que se estiverem em bom estado depois que não servir mais, passe pra frente. Tem roupas que já estão na quarta geração de uso... rsrsrsrs

Outras peças, eu faço a doação para instituições ou diretamente para outras famílias que necessitem. Assim como as nossas roupas e sapatos também, no mínimo duas vezes no ano faço “a faxina” e separo para as doações. Já me perguntaram porque não vendo essas peças em brechós, por exemplo; não sou contra, só acho que na nossa dinâmica familiar é mais justo doarmos.

Fazemos isso com os brinquedos também, quando eram menores, eu cheguei a fazer 4 doações por ano, pois como ganhavam muitos brinquedos, acabavam não brincando com tudo e ficava lá parado, hoje ainda tem muitos brinquedos, mas bem menos e fazemos uma vez por ano somente. Eles que me ajudam a separar os brinquedos, o que ainda vale a pena manter em casa e os que podem fazer outras crianças felizes. E algumas vezes tive o privilégio dos ninos me acompanharem em orfanatos e entregarem os brinquedos. Sempre aprendo e ensino para os ninos que não somos melhores que ninguém e sempre que tivermos a chance devemos ajudar.

Acho importante eles aprenderem sobre como o mundo realmente funciona, mas sem nunca julgar, afinal, não sabemos as histórias das pessoas e o que fez com que estivessem na situação que se encontram hoje. Fico feliz que muitas vezes eles me pedem para comprar comida e entregar a alguém que viram na rua e sentiram que deveríamos ajudar, não é sempre que consigo, muitas vezes também estou com o “dinheiro contadinho” e falo a verdade pra eles.

Vi uma campanha nas redes sociais que me chamou a atenção e vou aderir: “andar com umas peças de roupas quentes que já não nos serve mais dentro do carro e se caso vermos alguém que esteja necessitando entregar para eles”. Acho que algo que todos podemos fazer, porque se olharmos no nosso guarda-roupa ainda deve ter uma blusa ou um cobertor que não esteja sendo usado e pode aquecer o corpo e a alma de quem precisa.


Vamos ajudar?

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Celular e Crianças, bom ou ruim?

Quer um tema ser controverso, é esse... Estudiosos de um lado, pais de outro e crianças de outro ainda. Normal até, visto que isso é uma tecnologia relativamente recente.

Vou dar somente a minha opinião de mãe, com vivencia de causa. Faz um pouco mais de 1 ano que os ninos ganharam cada um o seu celular, e com eles, obviamente as regras de uso.  Os celulares eram os nossos que havíamos trocado por modelos mais novos, mas pra eles não fez diferença nenhuma, o que importava era o tesouro que tinham nas mãos.




E como toda boa novidade, eles exploraram um monte – sempre dentro das regras pré-definidas – até que eu achei que iriam enjoar. Mas isso nunca aconteceu, porque esse mundo tecnológico é renovado constantemente e se nós nos perdemos nele, imaginem as crianças?

E aí que me perguntei o quanto saudável é para eles terem o seu celular e quanto facilitava ou dificultava a minha tarefa de mãe. E como tudo que é excesso faz mal – eles escutam essa frase constantemente – começamos a ver como o celular nos ajudava em várias situações: era ótimo quando eu precisava estar em algum compromisso que não agradavam à eles, como uma sala de espera para uma consulta médica, ou um jantar dado em nossa casa somente para os adultos. O celular era uma ótima babá, porque não se escutava uma única criança.

Mas por outro lado comecei a perceber que eles ficavam mais impacientes e agitados, brigavam por qualquer motivo e muitas vezes não queriam nem cogitar a possibilidade de qualquer outra atividade que não fosse o celular. Isso nem precisou de muito tempo pra acontecer, um dia quando fui buscá-los na escola e fiz a minha rotineira pergunta: “vocês tem atividade de aula hoje?” e a reposta foi: “depois mãe, eu preciso baixar um jogo primeiro” vi que não podia deixar a responsabilidade de administrar o uso do celular por conta deles.

Achei que já eram grandes e entendiam que o estudo vem primeiro que qualquer jogo ou algo que os youtubers tenham a dizer. Engano meu, esqueci que eram crianças, e que eu deveria tratá-los como tal. Nesse mesmo dia ficou definido que só poderiam usar o celular de sexta-feira a noite até domingo, unicamente nesses dias, e também não poderiam “esquecer do mundo” nesse período.




Se aceitaram bem? Logicamente que não, ficaram bravos, discutiram, argumentaram, prometeram que nunca mais iriam fazer aquilo. Mas eu me mantive firme na decisão, e foi a melhor escolha que eu fiz, hoje não tenho problema nenhum com celular ou qualquer aparelho tecnológico dentro de casa. Eles têm no quarto deles os celulares, tablets e vídeo game, e só mexem quando sabem que estão liberados para isso. No tempo que eles têm livre durante a semana, brincam no parque do prédio com os amigos, brincam de lego, leem livros e gibis, assistem um pouco de TV, tudo que uma criança saudável deve fazer.  

Admito que muitas vezes me “passa pela cabeça” fugir dessa regra e deixá-los usarem o celular quando teoricamente estão proibidos, afinal, é muito mais fácil né. Mas só é mais fácil a curto prazo, porque a longo prazo sei que será um problema que terei que resolver novamente. Como mãe, muitas vezes tomo decisões que não agradam muito à eles, mas sempre tento me lembrar, sou mãe e não amiga, é minha função educar da melhor forma possível. E posso dizer, com certeza, estou muito feliz com como meus filhos estão crescendo.



quinta-feira, 22 de junho de 2017

E quando nossos filhos nos tiram do sério?

   Quero começar esse blog, com um conselho tão valioso e que me ajuda todos os dias, mas para isso, vocês precisam entender quando eu uso ele...

Sabe aquele dia que seu filho decide te tirar do sério? O Leo é assim, ele odeia usar tênis – O D E I A – aperta, machuca, incomoda, já comprei vários modelos e marcas diferentes, e nada faz ele mudar de ideia. Por isso, como moramos numa cidade muito fria, Curitiba – PR, achamos a solução perfeita: Crocs! Mas vamos falar a verdade né, não é exatamente a opção mais bonita para andar por aí e nem sempre a mais adequada.

   E hoje foi assim, dia de educação física na escola, obrigatoriamente tem que ir de tênis, obviamente que começaram as discussões, brigas e mau humor. Parei, respirei fundo e lembrei da minha tia, que quando o meu menino mais velho nasceu, me deu o conselho: “Sempre que você ficar muito brava com ele, olhe para a mãozinha dele”, e naquele momento olhei para aquele bebê indefeso nos meus braços e vi sua mãozinha toda gordinha ainda e não entendi completamente o que ela quis dizer, mas guardei comigo.




   Hoje percebo o quão valioso é esse conselho, porque quando olhei para o Leonardo, bravo, fazendo bico e reclamando, a opção mais rápida seria eu brigar e obriga-lo a colocar o tênis nos pés, afinal, eu já estava ficando irritada também e não sou a pessoa mais paciente do mundo.
Mas olhei para mão dele, tão pequena perto da minha, ela ainda é meio gordinha, bem típica de mão de criança. Se a mão é tão pequena, quer dizer que ele também é, e por mais incrível que pareça, nessa hora de raiva, esse pensamento acalma, porque lembra que o adulto aqui sou eu, quem tem que racionalizar a situação sou eu!

   Automaticamente eu percebo que estou lidando com uma criança, porque é bem fácil esquecer disso, quando eles argumentam e tem opinião formada já, e a dele hoje seria que usar tênis “é uma droga”. Parei de brigar, ignorei por um tempo e quando ele se acalmou, conversamos sobre a situação e conseguimos chegar no acordo de usar o tênis sem briga a partir de hoje (a conversa foi longa e vai ser assunto para outro post) e ele foi todo feliz, afinal adora fazer a aula de educação física.

   Se eu não tivesse parado para analisar a mão dele e lembrar que é criança, eu teria obrigado a colocar o tênis, ele continuaria mal-humorado e esse sentindo oprimido por ter que fazer algo que, para ele, não era o certo e com certeza não traria nenhum retorno positivo. Por isso que esse conselho é meu guia, eu olho as mãozinhas deles o tempo todo, e toda noite, quando estão dormindo, beijo a mão de cada um e agradeço por essa oportunidade incrível que é ser Mãe.

Se eu puder dar um conselho, “olha o tamanho da mãozinha”!!!


quarta-feira, 21 de junho de 2017

Quem somos?


Jessika Garcia
Sou a Jessika, desde muito cedo comecei a trabalhar fora (com 12 anos), e isso ajudou na formação da minha personalidade, sou independente até “no osso”... Mas com as reviravoltas que a vida nos dá, hoje sou Mãe em tempo integral - e dependo do dinheirinho do marido. E é isso que quero compartilhar com vocês, os prazeres, desafios e amarguras dessa caminhada...



Bruno (11 anos)
Menino doce e inocente, de uma sensibilidade extrema, e sempre disposto a ajudar. Mas não se enganem com esse rostinho, sabe ser manipulador e estrategista quando convém, e quando você viu... Pronto... Já está nas garras dele.



Leonardo (quase 9 anos)

Sabe aquele menino que sempre está em movimento? É ele... Tem uma energia e uma vontade de viver que ilumina por onde passa - pode ser o cabelo vermelho também - não sei ao certo, mas é aquele cara companheiro, carismático e divertido que é uma delícia ter por perto. Mas quando decide ficar de mau humor... Fujam, corram o mais rápido que puderem, porque o bonitinho consegue desestabilizar qualquer alma, por mais preparada que esteja. 

Pesadelos, como lidar?

Tem lugar mais aconchegante e seguro que a cama do pai e da mãe? Não né? E esse é um tema que normalmente divide opiniões, e eu vou usando ...