O inverno é a época do ano que podemos
aproveitar o aconchego das cobertas, dos chocolates quentes e dos abraços
quentinhos. É uma época do ano que eu particularmente gosto muito, dias de sol
no inverno tem um encanto que não se tem em nenhum outro momento.
Mas ela pode ser
muito cruel também com quem não é tão favorecido financeiramente, pois o frio
dói, machuca até a alma quando não estamos devidamente aquecidos. E isso sempre me toca profundamente e tento passar
essa responsabilidade social aos ninos, para que eles cresçam sabendo da
realidade do mundo. Sempre converso abertamente com eles sobre as condições que
vivenciamos diariamente.
Um dia voltando de levar os ninos
para escola, vi uma mãe com 4 crianças “escadinha” recolhendo os recicláveis,
eles já eram conhecidos do prédio, mas como eu era moradora nova ainda não
havia conversado com ela. Eu vi as crianças com calças já curtas e de chinelos,
e já era um dia frio aqui em Curitiba, e quem mora aqui sabe que alguns dias
podem ser bem gelados. Fui lá e perguntei se ela se importaria de eu dar umas
peças de roupas e tênis que já não serviam mais para os meus filhos, ela
aceitou e ficou bem feliz, as crianças já trocaram os chinelos pelos tênis e
foram embora. Os ninos não puderam participar, pois estavam na aula e eu não
queria perder a chance de ajudar, mas assim que busquei eles na escola, contei
o que havia feito e eles ficaram felizes em ajudar também.
Eles estão acostumados desde
bebezinhos a me verem a cada estação fazendo “a faxina” no guarda roupa deles,
e conforme foram crescendo foram participando da ação, tanto que agora quando
pegam uma roupa e ela já não serve, já me perguntam “aonde guardo essa roupa
pra doar?”. As peças que consigo aproveitar do Bruno para o Leo eu já separo, e
as peças que já não servem mais, nós doamos. Muitas ficam na família ainda,
afinal tem primos e afilhados que são menores e passo as peças para eles com a
condição que se estiverem em bom estado depois que não servir mais, passe pra
frente. Tem roupas que já estão na quarta geração de uso... rsrsrsrs
Outras peças, eu faço a doação
para instituições ou diretamente para outras famílias que necessitem. Assim como
as nossas roupas e sapatos também, no mínimo duas vezes no ano faço “a faxina”
e separo para as doações. Já me perguntaram porque não vendo essas peças em
brechós, por exemplo; não sou contra, só acho que na nossa dinâmica familiar é
mais justo doarmos.
Fazemos isso com os brinquedos
também, quando eram menores, eu cheguei a fazer 4 doações por ano, pois como
ganhavam muitos brinquedos, acabavam não brincando com tudo e ficava lá parado,
hoje ainda tem muitos brinquedos, mas bem menos e fazemos uma vez por ano
somente. Eles que me ajudam a separar os brinquedos, o que ainda vale a pena
manter em casa e os que podem fazer outras crianças felizes. E algumas vezes
tive o privilégio dos ninos me acompanharem em orfanatos e entregarem os
brinquedos. Sempre aprendo e ensino para os ninos que não somos melhores que ninguém
e sempre que tivermos a chance devemos ajudar.
Acho importante eles aprenderem
sobre como o mundo realmente funciona, mas sem nunca julgar, afinal, não
sabemos as histórias das pessoas e o que fez com que estivessem na situação que
se encontram hoje. Fico feliz que muitas vezes eles me pedem para comprar
comida e entregar a alguém que viram na rua e sentiram que deveríamos ajudar,
não é sempre que consigo, muitas vezes também estou com o “dinheiro contadinho”
e falo a verdade pra eles.
Vi uma campanha nas redes sociais
que me chamou a atenção e vou aderir: “andar com umas peças de roupas quentes
que já não nos serve mais dentro do carro e se caso vermos alguém que esteja
necessitando entregar para eles”. Acho que algo que todos podemos fazer, porque
se olharmos no nosso guarda-roupa ainda deve ter uma blusa ou um cobertor que
não esteja sendo usado e pode aquecer o corpo e a alma de quem precisa.
Vamos ajudar?
Oi;
ResponderExcluirEm tempos de consumismo, compaixão é item de luxo...
Parabéns! ❤
Às vezes pra nós parece pouco, mas aprendi que o nosso pouco pode ser o muito de alguém... Obrigada pelo carinho.
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